Município de Marabá se desfilia da Amat/ Carajás


JOÃO SALAME: “PREFEITOS TROCAM VOTOS POR MIGALHAS DO ESTADO, AMAT SE PROSTITUIU ”.
 (Moraes Filho da redação do Manancial de Carajás, com informações do blog Zeca News). João Salame decidiu retirar o município de Marabá da Amat, a Associação dos Municípios do Araguaia Tocantins. A notícia surge após a recente eleição que escolheu o Prefeito de Tucuruí, Sancler Ferreira, como Presidente da instituição.

De acordo com o Prefeito de Marabá, “tem gente que acha que eu estou retirando Marabá da Amat pelo fato de ter perdido a eleição para a presidência da entidade no final do mês passado, na realidade não é isso, eu sou um homem democrata, acostumado a vencer e a perder.”

Salame explica que o rompimento está relacionado com a falta de representatividade das reivindicações políticas da região, principalmente ao que se refere à criação do Estado do Carajás. “O que vem ocorrendo nos últimos anos é que a Amat, do ponto de vista técnico não ajuda em praticamente nada ao município de Marabá e do ponto de vista político, deixou de lutar por essas grandes causas. Minha candidatura foi uma tentativa de fazer com que a Amat voltasse a ter alguma importância, não que eu seja essa pessoa com esse poder todo, mas junto com o grupo de prefeitos a gente pudesse fazer isso.”

O Gestor Municipal ainda afirma a interferência direta do Governo do Estado na estrutura da Associação dizendo que “o que se verificou nas últimas eleições foi que além da Amat não ser mais o que era, ela se transformou apenas em um motivo para os prefeitos, na hora de votar a nova direção da entidade, negocie seus votos com o governo do estado (e vote) no  candidato que o Governador resolver apoiar para receber algumas migalhas em troca desses votos.”

Salame afirma que dois gestores chegaram a confessar as pressões pela escolha do candidato que tinha o apoio do governo do Estado. “Dois ou três prefeitos me confessaram lá na hora da votação que iam votar no candidato lá de Tucuruí, o prefeito Sancler Ferreira, pois o Governador tinha prometido para ele meia dúzia de quilômetros de asfalto.”

Segundo Salame, um dos prefeitos confirmou para ele que era obrigado a votar no Prefeito Sancler por ter a fazenda invadida e a promessa do Governo Estadual de que uma ação policial iria resolver a situação, caso o candidato indicado ganhasse. “Se eu não votar nele o Governador não manda tirar os invasores da minha fazenda”.

“O prefeito eleito para Presidente da Amat foi um Prefeito que na época do plebiscito, que a gente lutava pelo nosso sonho, não moveu uma palha em defesa dessa luta, não fez nenhuma reunião sequer lá em Tucuruí. É tanto, que em Tucuruí tivemos 65% apenas de votos favoráveis, enquanto nos outros municípios (da região) tivemos mais de 90%”, afirmou.

Ainda conforme Salame, a Prefeitura de Marabá paga 18 mil reais por mês para estar filiada  à Amat, isso representa em quatro anos de governo, quase 1 milhão de reais, dá para construir uma boa escola. Eu não vou ficar gastando dinheiro do povo de Marabá com uma entidade que se vendeu, se rendeu, se ajoelhou, que não tem nenhuma importância do ponto de vista técnico e não tem nenhuma importância do ponto de vista político.”

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