Estado do Pará oficializa status de 100 % livre da Febre Aftosa em Junho
(Amanda Engelke/
Agência Pará) Após um esforço
conjunto do poder público e o setor produtivo, a Agência de Defesa Agropecuária
do Pará (Adepará) receberá, no próximo mês, a portaria que certifica o
território paraense como área 100% livre da febre aftosa com vacinação. Com a
nova classificação, toda a produção do rebanho paraense poderá ser exportada
para outras áreas livres de aftosa no país. O certificado, que garante a
mudança de status, será entregue pelo Ministro da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, Antônio Andrade, em uma cerimônia prevista para acontecer no
Maranhão.
Antes, somente a
região sul do Estado (Área 1, de acordo com a classificação sanitária) tinha
total liberdade de exportação. A nova portaria garantirá a mesma liberdade,
agora para as regiões do Nordeste (Área 2) e do Baixo Amazonas e Marajó (Área
3), impactando diretamente na produção de 100 municípios paraenses. Juntas, as
Áreas 2 e 3 do Pará possuem um rebanho de, aproximadamente, cinco milhões de
cabeçad, entre bovinos e bubalinos.
A Área I, que já
possui a classificação internacional de livre da febre aftosa com vacinação, em
cerca de 70% do rebanho, reúne 44 municípios das regiões sul e sudeste. Ao
todo, o rebanho paraense é de cerca de 20 milhões de cabeças de gado. “Desde de
2011, nós vínhamos buscando avançar no restante do Estado. Esse ganho é
fundamental porque vamos colocar, a partir da portaria, mais cinco milhões de
cabeças no mercado em condições sanitárias de igualdade com outras áreas”,
ressaltou o diretor da Adepará, Sálvio Freire.
Para o presidente
da Federação de Agricultura e Pecuária do Pará, Carlos Xavier, a mudança do
status será fundamental para a economia paraense como um todo. Segundo ele, a
agropecuária é uma das atividades econômicas mais representativas do Pará.
“Para se ter uma ideia, 75% do que é produzido aqui é comercializado fora. Isto
quer dizer que nós estamos internalizando recursos para contribuir de forma
decisiva para nosso desenvolvimento”, afirmou.
O Estado do Pará,
segundo Carlos Xavier, é o estado brasileiro em que a pecuária mais cresce. Com
o Pará 100% livre da febre aftosa, a produção avançará significativamente. Para
ele, a nova classificação é resultado de um engajamento coletivo. “Há de se
ressaltar o trabalho que vem sendo feito tanto pela Adepará, quanto o Mapa e os
produtores, que têm que ter consciência de que só é possível erradicar com a
vacinação. Os três têm que estar afinados e o trabalho vêm sendo feito com
muita competência”, destacou.
Novos esforços
Após a
classificação positiva do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa), Sálvio Freire afirmou que os esforços do governo continuarão, mas que o
pleito passará a ser encabeçado pelo governo federal, através de subsídios
fornecidos pelo Pará. O objetivo será garantir as áreas 2 e 3 do Estado como
100% livre da Aftosa, a nível internacional, já que a região do nordeste
paraense já possui esta classificação. “Não é simplesmente fazer os procedimentos
necessários para conseguir, nós precisamos manter as ações", complementou.
O próximo passo é
o encaminhamento de um relatório, em junho deste ano, à Organização
Internacional de Saúde Animal, com sede na França, que também analisará a
mudança de status, inclusive com auditorias no Estado para confirmação dos
serviços e resultados alcançados. Com o novo aval positivo, a totalidade do
rebanho paraense poderá ser comercializada em qualquer outro país. “Nossa
expectativa é receber essa certificação em maio de 2014”, afirma Sálvio Freire.
Para erradicar a
febre aftosa do território paraense, somente em 2012, foram investidos cerca de
R$ 20 milhões na melhoria da saúde animal, através de um convênio firmado entre
o Governo do Estado, por meio da Adepará, e o Ministério da Agricultura. O
convênio com o Mapa, em vigência até 2015, totalizará investimentos de quase R$
60 milhões, com contrapartida do Estado.
No início de maio,
foi dado início a mais uma etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa
no Pará, com investimentos de quase R$ 250 mil, no combate à doença em 2.383
propriedades rurais, que estão em áreas consideradas de maior risco para a
doença. A vacinação do rebanho de bovinos e bubalinos, que prossegue até o dia
31, só ainda não está sendo realizada nos municípios do Arquipélago do Marajó e
nos municípios de Faro e Terra Santa, no oeste paraense.
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