Parlamentares federais definem prioridades para Pará em 2014
Próximo
ano será pequeno para que os assuntos de interesse do Estado do Pará sejam
aprovados no Congresso Nacional
(Reportagem / Portal ORM) O próximo ano
será pequeno para que os assuntos de interesse do Estado do Pará sejam
aprovados no Congresso Nacional. Como todos os anos eleitorais, 2014 deverá ter
um ritmo intenso de trabalho apenas no primeiro semestre. Ainda assim, esses
primeiros meses do ano legislativo terão bem menos sessões devido as
interrupções com os jogos da Copa do Mundo e com o advento do carnaval cair,
justamente, no mês de março. Será importante que a bancada federal concentre os
esforços em assuntos fundamentais para que o Estado não fique no vazio. O
Liberal ouviu alguns congressistas paraenses na última semana de 2013 que
definiram os assuntos fundamentais para o Estado que ficaram pendentes.
O
novo Código Regulatório da Mineração é apontado como um desses itens. Depois de
ser discutido por todo o ano na Comissão Especial da Câmara dos Deputados, o
projeto não conseguiu ser votado pelo colegiado, por impasse com o governo
federal. Para entrar em vigor, a proposta do novo código mineral, que já teve
acatada todas as reivindicações do governo e da bancada paraense, deve passar
pela comissão especial, ser aprovada no plenário da Câmara e depois seguir para
aprovação no Senado.
"Esse
é disparado o coração dos destinos do Pará. O Código Regulatório da Mineração
vai proporcionar ganhos importantes para o Estado. Conseguimos avançar na
Comissão Especial, sobretudo nas questões diretamente ligadas ao Pará. O relatório
está pronto, aguardando apenas o início dos trabalhos de 2014 para que a gente
possa votar e assim, começar a recuperar o prejuízo de mais de R$ 20 bilhões
ocasionados pelas perdas da Lei Kandir (desde que começou a desoneração das
exportações)", analisa o deputado Wandenkolk Gonçalves (PSDB-PA), que
também é membro da comissão especial que analisa o novo código mineral.
O
senador Flexa Ribeiro (PSDBB-PA), um dos líderes da bancada federal, também
aponta o novo código da mineração como um dos projetos de interesse do Pará
prioritários, mas se mostra preocupado com o curto prazo para a sua aprovação.
"Acredito que o ano infelizmente será curto. Infelizmente, as eleições
acabam influenciando nos trabalhos no segundo semestre. Por outro lado, isso faz
com que o primeiro semestre seja altamente produtivo. E, então, vamos focar
nossa atenção para que possamos aprovar o Novo Código de Mineração. A promessa
do governo federal era de que ele seria aprovado ainda este ano na Câmara dos
Deputados. Ficou para o início de 2014 e, então, vai ser remetido ao Senado.
Aqui vamos ter um prazo curto, mas com determinação e vontade política acredito
que dá para entregarmos um texto final que seja positivo para os Estados e
Municípios mineradores", avalia.
Segundo
o senador, passando pela Câmara Federal, a proposta não deverá perder muito
tempo no Senado. "Os senadores que tem interesse em debater o assunto, por
representarem Estados em que essa atividade mineral é importante para a
população, estão acompanhando os debates da Câmara. Tenho mantido conversa com
os deputados da nossa bancada federal e tenho acompanhado. Acredito que aqui no
Senado o encaminhamento seja mais rápido. O que queremos é muito simples: que
se faça justiça e que os Estados e municípios mineradores sejam realmente
compensados pela exploração de suas riquezas naturais. E esse deve ser o
absoluto norte do Novo Código de Mineração e, assim, de todo nosso esforço em
2014. Pode ser um ano histórico e positivo ao Pará, garantindo finalmente que
nossas riquezas sejam transferidas sem serviços para a população. Esse é nosso
desejo e nosso empenho", destaca o senador, lembrando, em seguida, a
vigilância e a pressão junto ao governo federal que a bancada deve fazer.
"Para
o Estado como um todo temos diversas questões para continuar acompanhando aqui
em Brasília, especialmente na área de infraestrutura de logística, fundamental
para dinamizar a economia, gerar emprego e renda. Por exemplo, a licitação da
ferrovia Norte-Sul até Barcarena, a pavimentação da Santarém-Cuiabá e da
Transamazônica, além da hidrovia do Tocantins. Mas essas são todas ações em que
a bancada coloca sua força política e sua pressão, mas depende do executivo, do
governo federal. Vamos manter o acompanhamento e as reuniões, todos os meses,
para que essas obras prometidas virem realidade e ajudem nosso Estado a se
desenvolver."
O
deputado Cláudio Puty (PT) assinala a importância da aprovação da Proposta de
Emenda à Constituição (PEC) 92/11, de sua autoria, que retoma a cobrança do
ICMS (imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre
prestações de serviços) na exportação de bens minerais primários ou
semielaborados, como minério de ferro e alumínio. Na prática, a iniciativa
torna sem validade a Lei Complementar 87/96 (a chamada "Lei Kandir")
em relação aos minérios e derivados.
Com
o objetivo de estimular as exportações, a Lei Kandir dispensou do recolhimento
do ICMS as operações que destinem mercadorias para o exterior. Com os seus
efeitos nefastos, o Pará já deixou de arrecadar cerca de R$ 20 bilhões - mais
de R$ 1 bilhão por ano. No começo desse mês a Comissão de Constituição e
Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara aprovou a PEC 92/11, mas ela ainda terá
que ser analisada por uma comissão especial criada especificamente para esse
fim e votada em dois turnos pelo Plenário.
"A
PEC 92/11, que acaba com a Lei Kandir, está muito a frente dos outros assuntos
de interesse do Estado. Eu acho que essa tem ser a maior prioridade para todos
os paraenses. Nós temos que fazer um esforço grande para no início da
legislatura montarmos a comissão especial na Câmara para ela seja votada,
porque ela vai permitir que na pauta do ICMS de 2014 a discussão da Lei Kandir
seja colocada, em molde diverso do que é hoje, que tanto prejudica o Pará. Já
tivemos uma importante vitória na CCJ, mas o próximo passo agora é criar a
comissão especial para apreciá-la, urgentemente", disse.
"Se
houver vontade política a gente consegue montar essa comissão até o fim do
primeiro semestre, antes do início do período eleitoral. Mas há muita
resistência das mineradoras. Mas o mais importante não é isso, é que no ano que
vem vai se fechar o acordo sobre o ICMS no País. E se a comissão especial
estiver montada, a questão da Lei Kandir entra no debate, no bolo da reforma do
ICMS. Então não é só aprovar ou não, a injustiça representada pela Lei Kandir
entra no cenário nacional de novo. E isso é muito importante para o Pará",
completou.
Segurança
As
propostas ligadas a melhoria da segurança pública também foram levantadas pelo
deputado Wandenkolk Gonçalves. Ele lembra que a violência está instalada em
todas as regiões do Brasil, sem exceção, e que o Congresso tem obrigação de
aprovar as propostas de valorização da classe policial. Os policiais
reivindicaram nos salões e plenários do Congresso durante o ano e tiveram a
garantia dos líderes das Casas de que teriam o seu pleito atendido no começo de
2014.
"Primeiro
temos que aprovar a criação do Fundo Nacional de Segurança Pública, em
tramitação no Senado Federal. E a partir da aprovação desse fundo, vamos
aprovar o segundo turno da PEC 300, que viabiliza o piso salarial para
policiais e bombeiros militares. Nós votamos, por unanimidade, essa PEC 300 em
primeiro turno, mas não colocamos em pauta até hoje para votação em segundo
turno. O presidente Henrique Alves (presidente da Câmara) alegou que não
colocaria em votação, em segundo turno, porque ela não tinha fonte de recurso.
Então, a gente casou a PEC 300 ao Fundo Nacional de Segurança. O presidente
garantiu que, tão logo, seja aprovado o fundo constitucional, ele coloca em
pauta a PEC. Esse foi o acordo com os policiais do Brasil todo. E não podemos
deixar de votá-los já nesse primeiro turno. É o que espera de nós em torno de
17 mil policiais e bombeiros militares do Pará".
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