Parlamentares federais definem prioridades para Pará em 2014
Próximo
ano será pequeno para que os assuntos de interesse do Estado do Pará sejam
aprovados no Congresso Nacional

O
novo Código Regulatório da Mineração é apontado como um desses itens. Depois de
ser discutido por todo o ano na Comissão Especial da Câmara dos Deputados, o
projeto não conseguiu ser votado pelo colegiado, por impasse com o governo
federal. Para entrar em vigor, a proposta do novo código mineral, que já teve
acatada todas as reivindicações do governo e da bancada paraense, deve passar
pela comissão especial, ser aprovada no plenário da Câmara e depois seguir para
aprovação no Senado.
"Esse
é disparado o coração dos destinos do Pará. O Código Regulatório da Mineração
vai proporcionar ganhos importantes para o Estado. Conseguimos avançar na
Comissão Especial, sobretudo nas questões diretamente ligadas ao Pará. O relatório
está pronto, aguardando apenas o início dos trabalhos de 2014 para que a gente
possa votar e assim, começar a recuperar o prejuízo de mais de R$ 20 bilhões
ocasionados pelas perdas da Lei Kandir (desde que começou a desoneração das
exportações)", analisa o deputado Wandenkolk Gonçalves (PSDB-PA), que
também é membro da comissão especial que analisa o novo código mineral.
O
senador Flexa Ribeiro (PSDBB-PA), um dos líderes da bancada federal, também
aponta o novo código da mineração como um dos projetos de interesse do Pará
prioritários, mas se mostra preocupado com o curto prazo para a sua aprovação.
"Acredito que o ano infelizmente será curto. Infelizmente, as eleições
acabam influenciando nos trabalhos no segundo semestre. Por outro lado, isso faz
com que o primeiro semestre seja altamente produtivo. E, então, vamos focar
nossa atenção para que possamos aprovar o Novo Código de Mineração. A promessa
do governo federal era de que ele seria aprovado ainda este ano na Câmara dos
Deputados. Ficou para o início de 2014 e, então, vai ser remetido ao Senado.
Aqui vamos ter um prazo curto, mas com determinação e vontade política acredito
que dá para entregarmos um texto final que seja positivo para os Estados e
Municípios mineradores", avalia.
Segundo
o senador, passando pela Câmara Federal, a proposta não deverá perder muito
tempo no Senado. "Os senadores que tem interesse em debater o assunto, por
representarem Estados em que essa atividade mineral é importante para a
população, estão acompanhando os debates da Câmara. Tenho mantido conversa com
os deputados da nossa bancada federal e tenho acompanhado. Acredito que aqui no
Senado o encaminhamento seja mais rápido. O que queremos é muito simples: que
se faça justiça e que os Estados e municípios mineradores sejam realmente
compensados pela exploração de suas riquezas naturais. E esse deve ser o
absoluto norte do Novo Código de Mineração e, assim, de todo nosso esforço em
2014. Pode ser um ano histórico e positivo ao Pará, garantindo finalmente que
nossas riquezas sejam transferidas sem serviços para a população. Esse é nosso
desejo e nosso empenho", destaca o senador, lembrando, em seguida, a
vigilância e a pressão junto ao governo federal que a bancada deve fazer.
"Para
o Estado como um todo temos diversas questões para continuar acompanhando aqui
em Brasília, especialmente na área de infraestrutura de logística, fundamental
para dinamizar a economia, gerar emprego e renda. Por exemplo, a licitação da
ferrovia Norte-Sul até Barcarena, a pavimentação da Santarém-Cuiabá e da
Transamazônica, além da hidrovia do Tocantins. Mas essas são todas ações em que
a bancada coloca sua força política e sua pressão, mas depende do executivo, do
governo federal. Vamos manter o acompanhamento e as reuniões, todos os meses,
para que essas obras prometidas virem realidade e ajudem nosso Estado a se
desenvolver."
O
deputado Cláudio Puty (PT) assinala a importância da aprovação da Proposta de
Emenda à Constituição (PEC) 92/11, de sua autoria, que retoma a cobrança do
ICMS (imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre
prestações de serviços) na exportação de bens minerais primários ou
semielaborados, como minério de ferro e alumínio. Na prática, a iniciativa
torna sem validade a Lei Complementar 87/96 (a chamada "Lei Kandir")
em relação aos minérios e derivados.
Com
o objetivo de estimular as exportações, a Lei Kandir dispensou do recolhimento
do ICMS as operações que destinem mercadorias para o exterior. Com os seus
efeitos nefastos, o Pará já deixou de arrecadar cerca de R$ 20 bilhões - mais
de R$ 1 bilhão por ano. No começo desse mês a Comissão de Constituição e
Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara aprovou a PEC 92/11, mas ela ainda terá
que ser analisada por uma comissão especial criada especificamente para esse
fim e votada em dois turnos pelo Plenário.
"A
PEC 92/11, que acaba com a Lei Kandir, está muito a frente dos outros assuntos
de interesse do Estado. Eu acho que essa tem ser a maior prioridade para todos
os paraenses. Nós temos que fazer um esforço grande para no início da
legislatura montarmos a comissão especial na Câmara para ela seja votada,
porque ela vai permitir que na pauta do ICMS de 2014 a discussão da Lei Kandir
seja colocada, em molde diverso do que é hoje, que tanto prejudica o Pará. Já
tivemos uma importante vitória na CCJ, mas o próximo passo agora é criar a
comissão especial para apreciá-la, urgentemente", disse.
"Se
houver vontade política a gente consegue montar essa comissão até o fim do
primeiro semestre, antes do início do período eleitoral. Mas há muita
resistência das mineradoras. Mas o mais importante não é isso, é que no ano que
vem vai se fechar o acordo sobre o ICMS no País. E se a comissão especial
estiver montada, a questão da Lei Kandir entra no debate, no bolo da reforma do
ICMS. Então não é só aprovar ou não, a injustiça representada pela Lei Kandir
entra no cenário nacional de novo. E isso é muito importante para o Pará",
completou.
Segurança
As
propostas ligadas a melhoria da segurança pública também foram levantadas pelo
deputado Wandenkolk Gonçalves. Ele lembra que a violência está instalada em
todas as regiões do Brasil, sem exceção, e que o Congresso tem obrigação de
aprovar as propostas de valorização da classe policial. Os policiais
reivindicaram nos salões e plenários do Congresso durante o ano e tiveram a
garantia dos líderes das Casas de que teriam o seu pleito atendido no começo de
2014.
"Primeiro
temos que aprovar a criação do Fundo Nacional de Segurança Pública, em
tramitação no Senado Federal. E a partir da aprovação desse fundo, vamos
aprovar o segundo turno da PEC 300, que viabiliza o piso salarial para
policiais e bombeiros militares. Nós votamos, por unanimidade, essa PEC 300 em
primeiro turno, mas não colocamos em pauta até hoje para votação em segundo
turno. O presidente Henrique Alves (presidente da Câmara) alegou que não
colocaria em votação, em segundo turno, porque ela não tinha fonte de recurso.
Então, a gente casou a PEC 300 ao Fundo Nacional de Segurança. O presidente
garantiu que, tão logo, seja aprovado o fundo constitucional, ele coloca em
pauta a PEC. Esse foi o acordo com os policiais do Brasil todo. E não podemos
deixar de votá-los já nesse primeiro turno. É o que espera de nós em torno de
17 mil policiais e bombeiros militares do Pará".
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