Crise no país derruba cachê de artistas em até 75%, saiba por quê.

(Com Informações de Ricardo Feltrin/ Site UOL) A maior crise econômica e política da história do país já atinge em cheio a classe artística. A paralisação do governo federal, e a consequente "quebra" de Estados e municípios brasileiros --alguns sem dinheiro até para pagar o funcionalismo-- fez secar as torneiras do dinheiro público para artistas. Especialmente os mais populares.

 
Explico: a maior parte das receitas dos principais artistas tem origem em dinheiro público. São milhares de festas anuais de aniversários de cidades e Estados, eventos públicos em capitais, festas bancadas por secretarias de Cultura municipais, estaduais e órgãos federais.
Segundo a coluna apurou, para alguns artistas os shows pagos com dinheiro público representam até 65% do faturamento anual. Sem esses shows, muitas "estruturas" poderão quebrar. Aliás, desde janeiro já têm ocorrido vastas demissões na área de shows.
A crise atual acabou literalmente com a festa. Boa parte das prefeituras não têm mais dinheiro para bancar artistas, nem de pequeno calibre, que dizer de "medalhões" caríssimos.  
UOL apurou junto a contratantes de shows (intermediários) de São Paulo que, nos últimos seis meses, alguns cachês chegaram a cair até 75% --caso de Wesley Safadão.
Em outubro do ano passado, contratar esse artista para um evento (com datas apenas para a partir de maio este ano) chegava a custar entre R$ 500 mil e R$ 800 mil. Hoje há negócios (shows) fechados com Safadão por R$ 200 mil e até menos.
Outro rei atingido pela crise? Roberto Carlos. Seu show lendário sempre teve como "padrão" um custo estimado de R$ 1 milhão (isso seria só o cachê dele e dos músicos; mais transporte, mais hotel, alimentação etc. por conta do contratante). Hoje RC faz shows gradiosos por até R$ 750 mil.
Ivete Sangalo, Claudia Leitte, Jorge & Mateus, Victor & Leo, Anitta também foram afetados duramente.
Todo mundo está baixando os cachês porque, como não há no momento poderes públicos contratando shows (e esses poderes são os únicos que pagam artistas pela "tabela cheia"), o negócio é reduzir as expectativas financeiras na hora de negociar com contratantes privados, mas manter a agenda cheia.
Importante lembrar que nenhum artista brasileiro do primeiro escalão --como os citados nesta matéria-- está em dificuldades financeiras. Os show fechados hoje por preços abaixo dos de mercado serão agendados para daqui a vários meses. Quiça daqui um ano. 
Explico: ninguém compra um show de Safadão, RC ou Ivete Sangalo hoje para que ele seja apresentado daqui a uma semana ou daqui a um mês. Não é assim que funciona. A agenda de shows de artistas de primeiro escalão é fechada com meses de antecedência. Portanto, os shows fechados hoje por preços abaixo do "comum" só deverão apresentados daqui a algum tempo.
Veja abaixo o que está ocorrendo com os cachês de alguns artistas:
Wesley Safadão: R$ 500 a R$ 800 mil - agora R$ 200 mil
Jorge & Mateus: R$ 400 mil - agora R$ 320 mil
Ivete Sangalo: R$ 350 mil - agora R$ 250 mil
Claudia Leitte: R$ 300 mil - agora  R$ 175 mil
Gusttavo Lima: R$ 320 mil - agora R$ 220 mil
Fernando e Sorocaba: R$ 250 mil-300 mil - agora R$ 150 mil
Victor & Léo: R$ 240 mil-R$ 280 mil - agora R$ 110 mil
Luan Santana: R$ 200 mil - agora R$ 160 mil
Paula Fernandes: R$ 150 mil - agora R$ 120 mil
Anita: R$ 80 mil - agora R$ 40 mil
Nando Reis: R$ 65 mil - agora R$ 35 mil

Naldo Beni: R$ 30 mil - agora R$ 6.000

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