Tucumã, Redenção e Xinguara atingem média de um veículo por habitante.
José Eduardo/ Blog do Zé Dudu/ Foto/
Roney Wydiamaior/ Ascom/ PMT.
Redenção, Tucumã e Xinguara,
municípios movidos por forte tradição agropecuária, têm a menor relação veículo
por habitante no Pará. O Departamento Nacional de Trânsito (Dentran) acaba de
atualizar a plataforma da frota municipal com referência ao mês de setembro
deste ano, e o Blog do Zé Dudu acelerou para analisar o panorama de trânsito
nessas localidades.
O crescimento da frota nos municípios
em questão associa-se, sobremaneira, a uma característica comum verificada nas
regiões Norte e Nordeste nos últimos anos: o avanço da motocicleta. Assim como
em praticamente todo o Pará, são as motos os veículos com presença esmagadora
na composição da frota desses lugares.
Na dificuldade de acessar áreas
rurais, na imensidão extensa dos municípios, que são rodeados por grandes
latifúndios, as motocicletas são o meio de transporte mais ágil e eficiente,
assim como o mais perigoso por ser o campeão em acidentes. Como seu custo é
menor em relação ao de um automóvel, as motos reinam absolutas no estado, com
participação cada vez mais crescente no sul do Pará.
Com 84 mil habitantes e 60,2 mil
veículos em circulação, o município de Redenção, centro regional do sul do
Pará, apresenta a menor relação de veículo por habitante do estado. Por lá, há
um veículo para cada 1,4 morador. As motocas dominam: são aproximadamente 38,5
mil entre motocicletas e motonetas, o equivalente a 64% dos veículos em
circulação.
Os automóveis em Redenção totalizam
quase 11,6 mil unidades, enquanto as caminhonetes, utilizadas para enfrentar a
vastidão das estradas rurais, somam em torno de 5.400 emplacamentos. Em um ano,
o município ganhou três mil novos veículos, segundo o Denatran, e é um dos que
possuem a maior proporção entre meios de transporte e habitantes.
O Blog levantou que os investimentos
na área de transporte efetuados pela Prefeitura de Redenção, nos oito primeiros
meses do ano, perfizeram R$ 5,15 milhões, sendo que a área de infraestrutura
para o trânsito consumiu R$ 2,7 milhões.
Tucumã em 2º
O maior congestionamento em Tucumã é
de gado: são 330 mil cabeças no pasto. Mesmo assim, nas ruas e demais vias de
passagem, por onde circulam os 39 mil habitantes do município sobre 25,2 mil
veículos, já se verifica a segunda maior densidade do Pará. A média é de um
meio de transporte motorizado para cada 1,55 morador.
Em um ano, Tucumã assistiu ao
emplacamento de mais de mil novo veículos, a maioria motocicletas. Em conjunto
com as motonetas, as motos totalizam 18,8 mil unidades, enquanto os automóveis
só representam 11% da frota total. A participação das motos é tão grande que
elas representam 75% do total de veículos atualmente em circulação.
Ao levantar a prestação de contas da
Prefeitura de Tucumã, o Blog apurou que, nos oito primeiro meses deste ano, o
governo municipal aponta ter gasto R$ 463,7 mil em infraestrutura, conforme seu
relatório de execução orçamentária. A maior parte do investimento é na área
urbana, onde residem 32 mil pessoas.
Xinguara em 3º
Os 44,4 mil habitantes de Xinguara
circulam em 27,8 mil veículos atualmente. A densidade de transporte motorizado
por habitante é de um para 1,6, a terceira menor relação do estado. Com forte
apelo agropecuário, o município tem hoje 530 mil bois no pasto e é residência
de alguns dos maiores pecuaristas da Região Norte. Talvez por isso, pela
tradição fazendeira, sua frota de caminhonetes, de quase 2.500 unidades, é a
11ª maior do Pará, superando municípios muito mais ricos e mais populosos. As
caminhonetes são as queridinhas dos fazendeiros pela força com que enfrentam as
mal cuidadas estradas vicinais do estado, sobretudo no inverno chuvoso.
Ainda assim, as motos dominam em
Xinguara. Lá, elas são 68% da frota, enquanto os automóveis, em pouco mais de
4.100 unidades, são apenas 15% do total.
Na prestação de contas do quarto
bimestre deste ano, o Blog percebeu que a Prefeitura de Xinguara gastou este
ano R$ 35 mil com transporte e outros R$ 714 mil com infraestrutura urbana,
para ajudar na fluidez do tráfego.
Outros municípios
Entre os dez municípios com a menor
relação entre homens e veículos, há ainda Novo Progresso (um veículo para 1,81
habitante), Altamira (um para 1,84), Canaã dos Carajás (um para 1,97),
Parauapebas (um para 2,25), Rio Maria (um para 2,32), Marabá (um para 2,43) e
Itaituba (um para 2,45). No outro extremo, o Pará tem dois dos três municípios
brasileiros com a maior distância quantitativa entre veículo por habitante.
Em Afuá, os quase 39 mil habitantes
têm apenas 15 veículos emplacados, o que confere a média de um veículo para
cada 2.591 habitantes. Já em Chaves são 22 veículos para 23,5 mil pessoas,
média de um para 1.067 habitantes.
Em números absolutos, a frota é
dominada por Belém (447,6 mil unidades), Ananindeua (136 mil), Marabá (113
mil), Santarém (100,7 mil), Parauapebas (90,1 mil), Castanhal (75,5 mil),
Altamira (61,5 mil), Redenção (60,2 mil), Itaituba (41,2 mil) e Paragominas
(40,9 mil). Todos esses municípios são, também, os únicos com frota de
automóvel superior a 10 mil unidades.
No Pará, apenas Belém tem mais da
metade de sua frota composta por carros. O estado tem, segundo o Denatran, 1,99
milhão de veículos em circulação, um para cada 4,28 paraenses.
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