Começam articulações entre Governo do Pará e Assembleia Legislativa do Estado para atuarem juntos em Marabá
Descentralização do governo programada por Helder Barbalho será acompanhada pelos deputados estaduais, que em início de mandato já mostram boa produção. |
Blog Zé Dudu
Com 22 novos deputados e sessões deliberativas em apenas dois
dias – às terças e quartas-feiras -, a Assembleia Legislativa do Pará (Alepa)
se programa para, a exemplo do Governo do Estado, se fazer presente nas demais
regiões do Estado. Presença que vai começar pelo sul e sudeste paraense já
neste mês de março, com a ida do governador Helder Barbalho a Marabá em semana
ainda a ser definida.
Será o
retorno da Assembleia itinerante, para a descentralização do Legislativo
estadual, conforme adiantou o presidente da Alepa, Dr. Daniel Santos (PSDB), ao
Blog do Zé Dudu. “O que o governador Helder está fazendo é importantíssimo. Dá
a sensação de que o poder público está mais perto das pessoas, para poder fazer
efetivamente mais pelas cidades do interior. E nós vamos acompanhar”, informou
Dr. Daniel, para acrescentar que a viagem para Marabá deve se estender por
outros municípios da região.
Dos 3 aos
13 anos de idade, Dr. Daniel residiu no município de Dom Eliseu, de onde saiu
para estudar na capital paraense. E entende o sentimento de abandono de quem
reside além das fronteiras da Grande Belém. “Eu, que vim do sudeste do Pará, de
cidade do interior, sei o quanto a gente é esquecido pelo poder público e o
quanto na região existe esse sentimento de separação do estado justamente pelo
abandono”, corroborou ele.
Em seu
primeiro mandato como deputado estadual após passar pela Câmara Municipal de
Ananindeua, Dr. Daniel lidera um parlamento que foi renovado em 53,65%. Dos 41
deputados, apenas 19 foram reeleitos, sinal de que os paraenses anseiam por
verdadeiras mudanças.
Como
estão iniciando o mandato, os novatos ainda estão se adaptando e conhecendo
principalmente o Regimento Interno da Alepa, que impõe regras na condução das
sessões plenárias, sejam deliberativas ou não. Nessas horas, os assessores
parlamentares entram em ação para orientar os deputados na condução da
elaboração dos projetos, principalmente os de lei, a fim de que não recaiam na
inconstitucionalidade, o que é recorrente em todos os parlamentos sejam
estaduais, municipais ou federais.
E já no
início da atual legislatura, os deputados mostram uma boa produção. De 6 de
fevereiro para cá, quando foi iniciada a primeira sessão ordinária da Casa,
eles apresentaram 236 proposições, das quais 53 projetos e 113 requerimentos,
além de 73 moções, matéria que não precisa ser submetida à votação em plenário.
Os dados são da Divisão de Expediente (Didex) da assembleia.
Dos 53
projetos, que podem ser de lei, de resolução, emenda constitucional e de
“indicação”, 19 foram apreciados e quatro aprovados em todos os turnos. Dos 113
requerimentos, 91 foram aprovados e deferidos nas sete sessões deliberativas
realizadas até 28 de fevereiro.
É fato
que legislar não é tarefa simples até porque o parlamento é impedido pela
Constituição Federal de apresentar qualquer proposta que gere o mínimo de
despesa para o Executivo. Daí o surgimento do projeto de “indicação”, como o
apresentado pelo deputado Luth Rebelo (PSDB) para que o Governo do Estado crie
o Centro Regional do Governo do Marajó, com sede no município de Breves. Outro
projeto de indicação, do deputado Ozório Juvenil, institui as diretrizes para a
prestação de auxílio, proteção e assistências às vítimas de violência em todo o
território paraense.
Já entre
os projetos de lei apresentados, o do deputado Miro Sanova (PDT), que obriga os
estabelecimentos de venda de carnes e produtos de origem animal, de todo o
Pará, a fixarem, em local visível ao consumidor, informações detalhadas sobre o
produto, assim como o nome, telefone, endereço e número da inspeção do
fornecedor.
Mais atividades
O papel
do parlamentar, contudo, não se limita a apresentação de projetos. Também
compete a eles fiscalizar e debater propostas com a sociedade. Nesse quesito, a
nova legislatura caminhou bem até o momento. Em 14 de fevereiro, os deputados
reagiram ao parecer técnico do Tribunal de Contas da União (TCU) de que o governo
federal não tem obrigação de repassar as perdas da Lei Kandir para os estados e
Distrito Federal.
A perda
somente para o Pará chega a R$ 38,5 bilhões, segundo o Tribunal de Contas do
Estado (TCE). Da tribuna, os deputados Toni Cunha (PTB), Chamonzinho (MDB) e
Carlos Bordalo (PT) protestaram e sugeriram à Alepa a pressionar o Congresso
Nacional para que regulamente a lei a fim de garantir o repasse dos recursos.
Ainda foi
aprovada pela Alepa a criação da Comissão Parlamentar de Estudos para avaliar a
cobrança de consumo de energia elétrica pela Celpa e da Comissão Parlamentar
externa de fiscalização das barragens de mineração, que deverá começar a
trabalhar após dia 11 deste mês.
Outra
importante deliberação, desta vez pela Comissão Permanente de Saúde da Alepa,
presidida pelo médico Jaques Neves (PSC), é a de realizar diligências em
hospitais e demais instituições de saúde, para fiscalizar o atendimento de
saúde no Estado. As diligências serão a cada 15 dias, conforme definido pela
comissão.
“Nós,
como deputados e como médicos, vamos fazer essas diligências atendendo muitas
vezes provocação de usuários do SUS que nos procuram para denunciar, mas
sobretudo para pedir melhorias. A Comissão de Saúde cumpre, assim, o seu papel
no sentido de defender a política pública, para garantir condições de melhorias
de atendimento à população”, defendeu Jaques Neves.
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