Ouro roxo: sabor do Pará, o açaí ganha mercado e enfrenta desafios para a expansão da produção
Se um estado tivesse sabor, o do Pará seria o do açaí, o “ouro roxo” dos paraenses, que movimenta uma cadeia com mais de cem agroindústrias, gerando mais de US$ 1,5 bilhão anuais e respondendo por até 95 por cento da produção no Brasil.
O açaí é elemento principal em uma engrenagem que coloca nos mercados nacional e internacional mais de 1,2 milhão de toneladas do fruto. Um nicho que os produtores paraenses desejam ver em franca expansão.
Boa parte dessa produção (em torno de 60 por cento) fica no Pará mesmo – um sinalizador claro de que a fruta típica é, de fato, o sabor paraense – um hábito que sai da mesa e invade outros setores da vida no Estado, incluindo aí a esfera cultural.
De acordo com dados do IBGE, o restante da produção (35 por cento) segue para outras regiões do País e 5 por cento são exportados, especialmente para os Estados Unidos.
Para o deputado federal José Priante (MDB-PA), o avanço das exportações mostra que o açaí tem conquistado mercado e tem potencial para ser um elemento importante no Produto Interno Bruto do Pará.
Apesar da popularização da fruta no restante do País e do alto consumo interno, a industria do açaí só responde, atualmente, por 3 por cento do PIB.
“Precisamos estimular a cadeia produtiva, criando novos mecanismos nos moldes do Pró-açaí, que dá fôlego à agricultura familiar”, defendeu Priante, antecipando que é preciso atingir a pluralidade dos produtores, fomentando a utilização de sementes e mudas – abandonando, em médio prazo, o sistema extrativista.
O parlamentar, que atua em favor do segmento, conseguiu recursos para comprar máquinas de branqueamento do açaí – equipamentos que eliminam impurezas e anulam riscos de contaminação, atendendo dezenas de batedores de açaí.
Além de elevar o nível de pureza, outro desafio do setor é o custo para mudar o método de manejo – instalando sistemas de irrigação. Um investimento que, segundo as associações de produtores, demora para ser recuperado. O modelo, porém, pode quadruplicar a produção em até quatro anos.
Mais do que um grande negócio, o açaí faz parte da cultura do Pará.
Conhecido pelos indígenas como içá-çai, a fruta que chora, sua aplicação vai muito além de seus cremes, sucos, polpas, licores e sorvetes.
Conhecido pelos indígenas como içá-çai, a fruta que chora, sua aplicação vai muito além de seus cremes, sucos, polpas, licores e sorvetes.
É, também, componente do artesanato (que utiliza seu caroço na confecção de peças artísticas), embalada pela “moda” de
consumo em todo o País – especialmente no nicho das academias, onde entrou como fonte de energia para a prática de esportes.
Se a “moda” do açaí é reativamente recente no restante do Brasil, no Pará a fruta é tem presença histórica, passada de geração em geração.
Se a “moda” do açaí é reativamente recente no restante do Brasil, no Pará a fruta é tem presença histórica, passada de geração em geração.
E não só como alimento. Sua aplicação é ampla, chegando à cena doméstica com seus cachos utilizados como vassouras.
Queimando o caule, os paraenses também usam o açaí como repelente de insetos e até como medicamento caseiro no combate a hemorrogias e verminoses.
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