Criação de gado movimenta em São Félix do Xingu R$ 560 milhões em agronegócios
Fonte: Blog do Zé Dudu
De cada R$ 10 produzidos em
riquezas pelo Pará, ao menos R$ 1
sai diretamente de 265 mil estabelecimentos agropecuários espalhados pelo
estado com produção ativa informada ao Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), à época do Censo Agropecuário 2017 e cujos resultados
definitivos foram liberados no final da semana passada.
A informação foi levantada com
exclusividade pelo Blog do Zé Dudu, que analisou os números finais e mapeou os
municípios que mais contribuem para que o Pará seja, hoje, a décima maior praça
do agronegócio brasileira, com produção de R$ 13,54 bilhões em commodities
derivadas de lavouras temporárias e permanentes, horticultura, floricultura,
produção de sementes e mudas certificadas, produção florestal, pecuária,
criação de animais, pesca e aquicultura.
Fazendas, roças, sítios,
chácaras e afins geram uma economia anual suficiente para sustentar o estado de
Roraima. E é o sudeste do Pará quem apresenta as roças mais produtivas de toda
a Região Norte, conforme identificou o Blog do Zé Dudu ao checar a geração de
riquezas de todos os municípios brasileiros com produção relacionada.
Soja e madeira
As fazendas de Ulianópolis (R$
703,01 milhões em produção), São Félix do Xingu (R$ 610,9 milhões), Paragominas
(R$ 603,82 milhões), Santa Izabel do Pará (R$ 571,66 milhões) e Marabá (R$ 373,47 milhões) são
imbatíveis no estado. Juntas elas geram pelo menos 21% de todo o Produto
Interno Bruto (PIB) do agronegócio calculado durante o Censo Agro no Pará. Ulianópolis,
São Félix e Paragominas, aliás, são respectivamente o 70º, 96º e 100º que mais
impulsionam a receita do agronegócio no país. Além deles, Santa Izabel do Pará,
na 116ª colocação, triunfa sobre todas as demais localidades da Região Norte. O
primeiro município a aparecer na lista de poderosos do mundo agro, depois da
presença do quarteto paraense, é o rondoniense Corumbiara (R$ 571,2 milhões),
imediatamente atrás de Santa Izabel.
Hoje, dos dez municípios da
Região Norte que mais geram riquezas no campo, seis são paraenses, cinco dos
quais do sudeste do estado — Santa Izabel não fica no sudeste do Pará, mas a
lista tem reforço de Santa do Araguaia (R$ 349,19 milhões). E as razões que
tornam essas localidades paraenses grandes redutos agroeconômicos não
necessariamente são as mesmas.
O líder Ulianópolis, por
exemplo, tem a produção de soja como carro-chefe da economia local, seguida da
produção madeireira, que o torna o terceiro maior autor de riquezas advindas de
florestas plantadas do Brasil. A soja, diga-se de passagem, é o mesmo ramo em
que seu vizinho Paragominas se especializou e neste município o produto divide
terreno com o gado de corte. Paragominas é, atualmente, o maior produtor de
soja do Pará e um dos maiores do norte do país.
Gado e galinhas
Já em São Félix do Xingu quem
domina é a produção de gado de corte e por razões óbvias: o rebanho municipal é
o maior do país, composto, segundo o IBGE, por 2,26 milhões de cabeças. Apenas
a criação de gado movimenta em São Félix R$ 560 milhões (91% dos R$ 610 milhões
gerados anualmente pelo agronegócio local).
Em Santa Izabel do Pará o
forte é a criação de galináceos, que, junto com outros rebanhos animais, gera
um faturamento de quase R$ 540 milhões anualmente (94% da receita). Vale
ressaltar que São Félix e Santa Izabel são, conforme levantou com exclusividade
o Blog do Zé Dudu, quinto e sexto municípios do país que mais geram riquezas
com pecuária e criação de animais, só perdendo para o capixaba Santa Maria de
Jetibá (R$ 1,039 bilhão), o paulista Bastos (R$ 1,005 bilhão) e os goianos Rio
Verde (R$ 999,94 milhões) e Nova Crixás (R$ 643,17 milhões).
Marabá, maior praça
agroeconômica da região de Carajás, tem na carteira a forte criação de gado
para abate e que gera um PIB de aproximadamente R$ 327 milhões (87% da atual
produção de riquezas do agronegócio local). O município é a 33ª maior praça
financeira de rebanho comercial. Além disso, Marabá disputa o trono com Parauapebas de
maior produtor de commodities da aquicultura, ganhando por leve vantagem, pelo
valor de R$ 10,2 milhões ante R$ 10 milhões da capital do minério.
Quatipuru (R$ 1,65 milhão
anualmente) e Faro (R$ 1,73 milhão) são os municípios do Pará com as menores
receitas geradas pelo agronegócio, não movimentando sequer R$ 2 milhões. As
roças de ambos são voltadas a pequenas lavouras e criação de gado.
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