Mercado de pescado eleva Pará ao posto de maior consumidor da proteína no Brasil


 

Reportagem, Jalila Arabi/ Do Site Brasil 61./ Foto/ Roney Braga Wydiamaior.  

 

Projeção do Governo do Estado é de que mercado de peixes e camarões cresça 20% ao ano entre 2020 e 2030; prática gera emprego e renda, mais ainda falta regulação.

Entre 2020 e 2030, o crescimento anual na produção de peixes e camarões no Pará será de 20%. A projeção é do Plano Estadual de Desenvolvimento da Aquicultura no estado, elaborado no primeiro semestre desse ano. Com isso, o governo local prevê um maior desenvolvimento da cadeia aquícola, com aumento da produção, geração de emprego e renda e mais segurança alimentar. 

 

Por ser a proteína animal mais consumida do mundo, o pescado tem um mercado em ascensão, segundo um estudo da REDES, elaborado pela Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), em parceria com a Norte Energia S.A. A pesquisa reforça a importância da pesca e da aquicultura para o estado paraense, como explica o gestor executivo da REDES, Marcel Souza.  Segundo ele, esse estudo envolve ainda palestras, webinários, rodadas de negócios, encontros, revistas e cartilhas. 
 

Marcel Souza, gestor executivo da REDES
“Essa questão toda está relacionada para difundir e promover as espécies mais importantes, mais consumidas que podem estar num prato de comida da merenda escolar nas escolas públicas municipais no Xingu ou num prato de almoço familiar, no mercado varejista, atacadista, restaurantes, bares. Tudo envolve o fortalecimento do mercado, da importância do pescado.” 
 

No ano passado, o IBGE divulgou dados que mostram que a produção de peixe cultivado no Pará, com base em 2018, foi de 13,5 mil toneladas. A de camarão somou 60 toneladas, enquanto a de moluscos, como as ostras, chegou a 70 toneladas. Tudo isso faz com que o Pará esteja no ranking dos estados que mais consomem pescado no Brasil, segundo o relatório da Fiepa. Pesca marinha, pesca continental, aquicultura continental e maricultura são as principais responsáveis pela produção paraense.

Mas ainda há barreiras a serem enfrentadas. A falta de um marco regulatório da atividade ainda impede que ela seja, de fato, mais bem aproveitada. Para o pesquisador da Universidade Federal do Pará (UFPA) Marcos Brabo, não há perspectiva de incremento da produção no estado do Pará em relação à pesca continental. Na opinião dele, os estoques pesqueiros explorados encontram-se em estado limite de exploração.  

Marcos Brabo, pesquisador UFPA
“As melhores alternativas são agregação de valor a esse pescado por meio de processos de beneficiamento, inclusive de aproveitamento integral, e uma gestão econômica mais eficiente dessas iniciativas, o que perpassa também por uma organização social mais atuante e que viabilize insumos de qualidade, preço justo, um preço de primeira comercialização mais atrativo ao pescador artesanal.”
 

A produção do Pará é projetada em cerca de 150 mil toneladas, com 140 mil toneladas oriundas da pesca e 10 mil toneladas advindas da aquicultura. O número rendeu ao estado a primeira posição no ranking nacional de pescado vindo do extrativismo, condição mantida há anos, de acordo com estatísticas oficiais. A pesca é considerada uma das atividades mais tradicionais do cenário amazônico, incluindo o estado paraense. 

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