ANÁLISE: Preço do bezerro bate R$ 3.000 e não tem muito espaço para cair, diz consultor
Fonte: Canal
Rural: Foto Reprodução da internet.
Segundo Cesar de Castro, do Itaú BBA,
a oferta de animais de cria continua enxuta. Alta pressiona margens de
recriadores e invernistas
O preço do bezerro passou de R$ 3.000
por cabeças em Mato Grosso do Sul e São Paulo pela primeira vez na história,
segundo o indicador do Centro
de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Na praça
sul-mato-grossense, a cotação subiu 1,57% nesta segunda-feira e passou de R$
2.969,91 para R$ 3.016,61. Já em território paulista, o animal se valorizou
0,90%, saindo de R$ 2.979,19 para R$ 3.005,96 por cabeça.
O consultor de
agronegócio do Itaú BBA César de Castro lembra que os animais de reposição
apresentam alta mais acentuada do que o boi gordo desde o ano passado. Logo,
esse novo recorde é apenas uma continuidade do movimento.
Ele reforça que
o principal pilar de sustentação do bezerro é a baixa oferta de bezerros. Isso
tem levado os pecuaristas a reterem mais fêmeas para produção de crias. Apesar
de a oferta possivelmente aumentar durante este ano, ainda será considerada
enxuta quando levado em consideração o ritmo do mercado do boi gordo, que está
muito firme. “É um processo que leva tempo. Este ano não devemos ter uma
acomodação no preço”, diz.
Tendência
para o bezerro e impacto na cadeia da carne
Segundo ele, as
cotações da cria só devem recuar caso haja algum problema não previsto no
mercado do boi gordo, o que enfraqueceria o poder de compra dos recriadores e
invernistas, provocando ajustes.
Para subir ainda
mais, o bezerro vai depender do boi gordo, já que as margens atuais estão
bastante apertadas por conta da alta dos insumos (além do bezerro, os grãos
usados na ração também estão bem mais caros).
Diante disso, um
fator que pode dar fôlego é o câmbio. Se o real se desvalorizar ainda mais em
relação ao dólar, as exportações podem aumentar, remunerando melhor os
pecuaristas e dando margem para a indústria repassar custos maiores.
Novamente
trazendo à mesa a questão dos custos, Cesar de Castro lembra que o confinamento
está mais caro este ano. Para complicar um pouco mais, parte da segunda safra
de milho deve ser plantada fora da janela ideal, deixando as lavouras
suscetíveis ao frio e ao corte de chuva no meio do ano. “Acreditem: não está
fácil fechar a conta mesmo com o boi gordo a R$ 320”, comenta.
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