IMUNIZAÇÃO: Alepa aprova proposta para vacinar profissionais de imprensa contra Covid em todo Pará
Fotos/ Arquivos/ Com informações do DOL.
Entre abril de 2020 a 7 de abril de 2021, 20 jornalistas morreram pela doença no Estado.
Assembleia Legislativa
do Pará (Alepa) aprovou de imediato a proposta que prevê a vacinação contra
Covid-19 de jornalistas. A reunião foi realizada na última quarta-feira (14) de
forma remota.
De acordo com um levantamento do
Sindicato dos Jornalistas no Estado do Pará (Sinjor-PA), o estado está entre os
que mais tiveram mortes de profissionais vítimas da pandemia. Ao todo, 20
jornalistas morreram pela doença, entre abril de 2020 a 7 de abril de 2021. A
proposta foi encaminhada ao governador Helder Barbalho.
A reunião virtual teve a participação do Sindicato dos
Jornalistas do Pará (Sinjor-PA), com o atual presidente Vito Gemaque, a
vice-presidente do órgão, Rose Gomes, e o ouvidor-geral da Alepa, deputado
Raimundo Santos (Patriota), autor da proposta, que foi apresentada no Dia do
Jornalista, celebrado no último dia 7 de abril.
O deputado afirma que é “uma questão de justiça” lutar
pela inclusão de profissionais de Imprensa entre os grupos prioritários para a
vacinação no Pará.
“Quem assiste
televisão, ouve rádio ou se informa por meio de outro veículo de Imprensa,
percebe que só está obtendo aquelas informações porque tem um jornalista, há
alguém lá na ponta, colhendo, seja um repórter, câmera, fotógrafo, é toda a
equipe”, salientou. “É uma percepção da realidade. Vamos acionar os canais
competentes do Estado”, disse o deputado.
Ainda na reunião, o presidente do
Sinjor apontou que em governos como do Tocantins, Alagoas e do Mato Grosso do
Sul já houve uma movimentação para a inclusão de jornalistas nos planos
estaduais de vacinação, mesmo que a liberação seja de responsabilidade do
Ministério da Saúde. A questão poderá ser debatida no Conselho Nacional de
Secretários de Saúde (Conass).
Vito Gemaque informou que Belém e Santarém, pela
proximidade com o Amazonas, foram identificados como os principais municípios
no número de mortes no Estado. Ele adiantou ainda, que até o início de maio, o
sindicato irá apresentar um novo relatório apontando os índices de adoecimento
de jornalistas. O presidente explicou também que o sindicato contabiliza cerca
de 1.500 profissionais registrados na capital e no interior.
Mortes
O “Relatório Covid-19 – Óbitos de Jornalistas Paraenses”
do Sinjor mostrou uma subnotificação de casos divulgados no primeiro “Dossiê
Jornalistas Vitimados pela Covid-19”, divulgado pela Federação Nacional dos
Jornalistas (Fenaj) em fevereiro de 2021. A revisão de óbitos somada às novas
mortes em fevereiro e março deste ano fizeram o Pará ir para topo desta
estatística, ao lado de São Paulo (19) e Amazonas (19), seguido por Rio de
Janeiro (15) e o Paraná (13).
“Pela primeira vez divulgamos esse estudo com dados
locais que demonstra a importância de incluir os jornalistas entre as
categorias prioritárias para vacinação. Os jornalistas continuam se arriscando
cotidianamente para levar informações de qualidade e corretas para a sociedade,
principalmente as notícias relacionadas a pandemia de covid-19. Continuaremos
com esse trabalho de mapeamento, análise e divulgação dos casos entre os
jornalistas”, disse o presidente do Sinjor-PA, Vito Gemaque.
De acordo com dados da Press Emblem Campaign, o Brasil já
registrou 169 jornalistas vítimas da covid-19 no mundo. Na América Latina, o
país superou o Peru, que tem 140 mortes. Segundo a Fenaj, 2020 registrou a
média de 8,5 mortes por mês; em 2021, no primeiro trimestre, atingiu-se a marca
de 28,6 mortes, praticamente uma por dia.
O número de mortes no Pará e no Amazonas são mais
alarmantes, já que os estados tem menos jornalistas no mercado em relação a
estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. Isso significa que pandemia
foi mais letal no Pará e no Amazonas. A Amazônia Legal até o momento, registrou
61 mortes, o que representa 36,09% do total de brasileiros.
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