PELA A DEMOCRACIA! Presidente da Câmara de Ourilândia diz “NÂO” ao Prefeito de Ourilândia do Norte
Por 7 votos a 6, a Câmara Municipal de
Ourilândia do Norte - Pará, aprovou uma emenda, de autoria do vereador Dr.
Andrade Soares (PL), que inviabiliza a implantação do projeto Supervisão
Militar Educacional (Sume) na Escola Professor Deilton Dias da Silva, no
conjunto habitacional JP. O projeto de lei estava ‘engavetado’ desde abril
deste ano e colocado em votação nessa semana.
O projeto visa atender regiões de maior
vulnerabilidade social e cria ‘clubes’ de reforço aos alunos nas mais variadas
disciplinas, como matemática, português, literatura, esportes, músicas, dentre
outros temas. A supervisão deveria ser feita dentro da escola, que tem espaço
suficiente para sua implantação.
Ocorre que a emenda aprovada determina
que ele seja feito em outro ambiente, destinado para este fim específico. Diz o
texto que fica “vedada a utilização de unidades escolares já existentes e
com alunos regularmente matriculados”.
“Entendemos que o sistema
disciplinar misto e compulsório ao mesmo tempo poderá ser prejudicial para
alguns alunos. A modificação proposta deseja oportunizar aos alunos e pais
interessados, de forma opcional, a matricular seu filho no sistema disciplinar
militar”, diz a justificativa da emenda.
A emenda que inviabiliza o projeto foi
aprovada, mesmo diante do protesto de dezenas de pais e mães de alunos, que
clamavam pela implantação.
O QUE DIZ O PREFEITO:
Reprodução
População manifestou apoio ao
projeto, mas acabou 'deformado' pela Câmara
À reportagem, o prefeito Dr. Júlio
Cesar Dairel (Avante) lamentou a decisão da Câmara, mas disse que vai vetar a
emenda. Dr. Disse ainda que espera que o clamor popular possa sensibilizar os
vereadores da oposição, já que a escola foi escolhida pela Polícia Militar
devido a vulnerabilidade da região.
Dr. Júlio lembrou ainda que o Sume está
implantando em várias escolas paraenses, surpreendendo com a redução da evasão
escolar, além de elevar a média dos alunos, que passaram a contar com aulas de
reforços, ministradas pelos militares depois das aulas regulares, ou antes, a
depender se os alunos estão estudando no período matutino ou vespertino.
Ele lembra ainda que a construção da
uma nova escola iria acarretar em um custo de até R$ 4 milhões, sendo que esse
valor poderia ser usado para pagar os militares que iriam ministrar as aulas de
reforços. Ele afirma ainda que a escola tem espaço de sobra para a implantação
do Projeto de Supervisão Militar Educacional.
“A gente ficou com esse projeto
engavetado por causa dessa oposição política que a gente tem hoje na Câmara. E
agora querem que eu construa uma outra estrutura. Uma escola desse porte custa
na faixa de R$ 3 a R$ 4 milhões. Então, inviabilizou o projeto”, lamentou
Dr. Júlio Cesar, que acrescentou que esse valor poderia ser usado para manter a
própria escola, como também a reforma das escolas já construídas do município.
Esse valor seria suficiente para bancar
o projeto por 72 meses, isto é, mais de 6 anos, considerando que teria um custo
mensal de R$ 55 mil. Ademais, o município não tem necessidade de criação de
novas unidades escolares.
Além de tudo isso, a emenda
descaracteriza o objetivo do projeto da Polícia Militar, que é atender alunos
de regiões específicas, onde estão mais vulneráveis. Portanto, a população que
deveria ser beneficiada ficaria prejudicada.
O projeto foi encabeçado pela vereadora
Auderisa de Oliveira (DEM) e pelos vereadores Márcio Leitão (MDB), Walter da
Sagre (MDB) e Irmão Edivaldo (MDB).
O QUE DIZ A AUTORA DO PROJETO:
A autora do projeto, vereadora Auderisa
Oliveira, afirmou à reportagem que o projeto existe desde 2018, com avanços na
educação, como melhora nas notas do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação
Básica), além de zerar a evasão escolar e reduzir a criminalidade nas regiões,
já que a presença de militares, mesmo com a finalidade de apenas contribuir com
o projeto Sume, inibe a ação de criminosos.
Auderisa disse ainda que o projeto não
foi aprovado na íntegra porque os vereadores temem o crescimento de capital
político dos envolvidos.
“Alguns colegas vereadores, por
meras questões políticas, fizeram uma emenda ao projeto. Eles ficaram com o
projeto engavetado por quatro meses na Casa, criando, na verdade, uma maneira
para reprovar o projeto. Mas para enfrentar a opinião pública popular, porque a
cidade, o povo quer o projeto, criaram essa emenda”, disse Auderisa.
O QUE DIZ O AUTOR DA EMENDA:
O vereador Dr. Andrade Soares, que
também é presidente da Câmara de Vereadores de Ourilândia do Norte, foi
procurado pela reportagem via telefone e por WhatsApp. Até a publicação deste
material, nossos questionamentos não haviam sido respondidos.
CONFIRA OS VEREADORES QUE APROVARAM A
EMENDA:
Mesmo diante da pressão popular, 7
vereadores que aprovaram a emenda que deformou o projeto, são eles: Renivaldo
Martins (Republicanos); Reginaldo de Souza (Cowboy) (MDB); Raimundo Oliveira
(Raimundinho) (PT); Walmy Cesar Goleiro (Republicanos); Almir Pereira (PL);
Renildo Bezerra Cabeção (PL) e o autor da emenda, vereador Dr. Andrade Soares
(PL).
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